Hoe! Torço muito para que você esteja bem :)

A ansiedade bateu muito forte neste meio tempo e é por isso que não dei notícias até então. E tá tudo bem - acho que, por mais frustrante que seja admitir, essa é uma condição inerente a esta jornada.

Como estamos?


Cheguei à casa dos trinta! Confesso que senti um pouco de estranheza por fazer aniversário em meio ao isolamento, já que, a princípio, parece que não há clima nem motivo para comemorar. Mas tem sim: eu estou viva - e por trinta anos! Estou saudável, rodeada de uma família que me ama, de amigos que se importam de verdade comigo e estes todos estão gozando de saúde também. Saúde. Vida. Acho que são os maiores presentes que poderia receber. 💙

Não sei quanto a você, mas tomar consciência do que está acontecendo com outras pessoas e famílias neste particular momento está me fazendo valorizar muito mais o que outrora nos iludíamos em crer que seria mais do que certo e garantido: saúde e vida. "Nossa, que exagero..." Será mesmo? Sinceramente, eu não sei como meu organismo ou os dos meus entes queridos reagiria diante desse vírus; você sabe? E mesmo que não fosse a situação dessa doença, há muitas circunstâncias e acidentes que podem acabar com a gente - de uma hora pra outra, plau. Acabou.

Converse mais com quem você gosta, mesmo que more longe ou a apenas duas quadras - afinal de contas, distância até ficou irrelevante nesse sentido, né? Pode ser sobre coisas boas, lembrar alguns perrengues que passaram juntos... Quem sabe chorar um pouco, xingar bastante... E que tal um programinha de todos assistirem a uma série, um filme ou um show ao mesmo tempo, para comentarem juntos? Entra pipoca, entra breja, entra aquele brigadeiro de colher quentinho - hummm... 😋

Não precisamos passar esse tempo de forma sombria, tampouco sozinhos. É menos sobre despedidas e arrependimentos e mais sobre criar memórias, fazer-se presente, compartilhar carinho. Tente por aí e me conta como foi! É legal pensar no tanto de coisa que vamos fazer depois desse momento passar, mas mais bacana ainda é ver que não precisa adiar a companhia e os bons momentos que pode viver hoje.

... Desculpe, estou emotiva, haha!

Pílulas aleatórias


▼ Estamos em isolamento há quase três meses e o comichão da tesourada no cabelo está começando a me pegar. Cabelo curto é super prático, mas precisa de uma manutenção, no mínimo, mensal para ficar numa situação bacana. Hoje, defino minha cabeça como um cogumelo peludo e rebelde...
Entre a programação diária, já incluímos o hábito de abrir o Pinterest só pra passar longos minutos caindo de amores por cortes de cabelo alheios. Minha nova obsessão, por exemplo, é adotar uma franja curtíssima, com uma testa totalmente descoberta, sem medo de ser feliz - e o visagismo que lute, haha! 😆

▼ Eu fico super abobada toda vez que alguém lembra do nosso podcast! Mais ainda quando são pessoas que a gente sequer imaginava que poderia alcançar, mesmo dentro da podosfera. Nesta semana, por exemplo, participamos de uma gravação com feras! Só que tenho de deixar registrada a minha mancada da ocasião.
Vamos lá: eu podia jurar de pé junto que a gravação em questão seria no dia seguinte àquele que combinamos (e olha que fui eu mesma que marquei, hein). Ocorre que, no dia certo pra gravar, estava eu bem bela e plena na sala, vendo TV e beeeem longe do celular, enquanto a Miwa estava ligando e mandando mensagem horrores pra esta louca varrida aqui, que deu perdido por quase uma hora! 🤦
Que bom que decidiram gravar mesmo assim... Eu peguei o bonde andando e todos foram muito gentis comigo, mas peço desculpas novamente pela burrada. 🙇 Dito isso, aguardem as novidades, haha!

E o governo?


Muitas coisas aconteceram desde o meu último post, mas a coincidência é que, naquela ocasião, relatei a saída do Ministro da Saúde. Bem, adivinha o que aconteceu? Seu sucessor à frente da mesma pasta também saiu! E não é que faz tanto tempo assim que não escrevo no blog - sua passagem pela cadeira totalizou menos de um mês.

Esse distinto senhor, inclusive, parecia uma pessoa completamente diferente daquele zumbi cujo fundo dos olhos apenas servia de morada para o vazio e o desespero: na coletiva de imprensa de despedida, era um cara ousadia e alegria, de cútis viçosa, corado, batonzinho rosa nos lábios e que até demonstrou saber fazer sinal de positivo e piscadela pra finalizar seu curto discurso. Minhas suspeitas é de que recebeu a alma de volta ao quebrar o pacto com as criaturas das trevas ou simplesmente tinha acabado de receber uma transfusão de sangue.

Fato é que isso aconteceu na sexta-feira e hoje, domingo, não temos ainda um nome à frente da pasta da Saúde, num país que registra oficialmente mais de quinze mil mortes em decorrência da pandemia. Ainda assim, o chefe de Estado continua não agindo como a posição minimamente exige (nada que fuja ao esperado, na verdade) e somos obrigados a dividir a atenção entre o avanço da doença e as picuinhas que ocorrem dentro do governo, incluindo aí declarações e insultos feitos no Twitter.

Haja cortina de fumaça pra tanta incompetência, mas não deixo de criticar também a imprensa, por dar espaço, material e palco pra essa galera maldita brilhar. Isso que é dar a outra face, pra gente assim escarrar de graça?

Por fim, gostaria de propor o cancelamento da instituição "nota de repúdio", porque, se ainda serve pra alguma coisa, é apenas embalagem para o que chamamos de inércia. Se poupem e nos poupem de mais frustração e vergonha alheia.

▼ ▼ ▼

É isso, gente! Não tem como fechar esse papo muito feliz quando deixo o tópico das notícias por último, né? Infelizmente, não pretendo abrir mão dessa parte, porque o registro é importante e dá mais sentido ao sabor meio jururu que esta série de posts tende a imprimir.

Alienar-se totalmente pode ser até a vontade de muitos, mas acho que não deveria ser uma opção, ainda mais na situação em que estamos. Ao mesmo tempo, se isso não for parte do seu trabalho, não vejo por que seria necessário entrar numa espiral de notícias por horas e horas a fio. Informe-se o suficiente, reflita a respeito, mas tente se preocupar mais com o que você pode fazer, com o que está ao seu alcance e sob seu controle. Esse é um conselho carinhoso pra mim e pra você, tá bom? 💙

Lave bem as mãos, use máscara sempre que sair de casa e dê belos puxões de orelha em quem você ama, mas não está se protegendo! 💢
Para ouvir esta que vos escreve, é só conferir o podcast Not So Kawaii :)

17.5.20

QuaranTalks #004 - Trinta


Hoe! Espero que esteja tudo bem com você. :)

Não tivemos QuaranTalks na semana passada porque não aconteceu nada de interessante naquele período e elaborar o post do ASMR Day já foi trabalhoso per si, hehe! 😬

Acho que o estado de introspecção da quarentena chegou para mim e começaram a surgir alguns insights nesta semana. Vou falar primeiro sobre o insight mais complexo e os demais ficarão no segmento das pílulas, beleza?

Como estamos?


Há algumas semanas, a OMS começou a recomendar o uso de máscaras para a população em geral. Aos poucos, começo a ver mais gente usando esse item ao sair na rua. Não conseguir avistar as narinas e a boca de outra pessoa lá fora tem se tornado motivo de alívio e alento. Tempos curiosos estes, não é mesmo?

Lavando uma louça e outra, fiquei ouvindo alguns episódios do Not So Kawaii, podcast que faço com a Miwa. Nisso, comecei a prestar atenção na minha voz. Lembro que, no início, foi muito difícil ouvir o que gravava: era um misto de vergonha e aversão a me ouvir falando. Já teve a impressão de que a "sua voz" captada pelo telefone é totalmente diferente da "sua voz", aquela que você ouve enquanto fala? Certa vez, li um artigo que respondia a essa incógnita, afirmando que ouvíamos diferente porque nossa voz reverbera pela caixa craniana e, portanto, parece melhor - tipo eco do banheiro. Respondeu a charada, mas a estranheza continua a mesma, né? Haha! 😛

Na busca por remediar cacoetes e tornar o ritmo do podcast mais interessante, me forcei a ouvir os episódios mais de uma vez e, com isso, acabei aceitando que a minha voz é daquele jeito mesmo. Contudo, comecei a projetar uma imagem toda vez que a ouvia: um movimento de esquiva.

Máscara. Será que temos "máscara" para a voz? Ou será que a voz apenas externa mais um aspecto da "máscara" que usamos? A "máscara" da minha voz parece respeitar o isolamento social muito antes da pandemia. Na verdade, a minha voz me causa certa aversão porque ela parece falsa, distante. Ela não se entrelaça com as outras vozes, não elabora uma dança: ela se esquiva, vai pela tangente, quer que acabe logo. Que horrível, né?

Eu sinto o mesmo quando ouço os meus "exato", "exatamente"; eles forçam um final, uma conclusão de pensamento. Parece que eu estou ali, mas não pra dialogar - só quero ter a palavra final, quero estar certa. E isso foge a todo o propósito, não apenas do podcast, como também de qualquer conversa, das relações humanas, da minha própria voz. Significa que não estou escutando de verdade e, dessa forma, eu me faço medíocre. Ninguém quer falar com gente assim, ninguém quer escutar gente assim. Tá errado, minha filha.

Quando percebi essa, digamos, "falha", comecei a listar as vozes que mais admiro e gosto de ouvir. A Monja Coen, a Ju Wallauer (do Mamilos Podcast), o Guilherme Briggs (dublador)... Aí, me questionei o que elas tinham em comum e que faltava à minha voz. Cheguei até a pensar: "é o microfone? É o gravador?" Não, eu consigo ouvir até vídeos caseiros dessas mesmas pessoas do início ao fim. Então, qual é?

Bom, vai parecer papo de coach, mas a conclusão a que cheguei foi que à minha voz falta convicção do que se está falando; a isso, está ligada a falta de entrega, de se fazer presente em cada palavra. Muito do que falo nos episódios do podcast está já escrito no roteiro; isso, por si, não seria ruim. O problema é que dependo muito daquele script, quando, na verdade, seria mais interessante eu saber exatamente do que estou falando e aquele papel só servir de apoio. As pessoas sentem quando você sabe do que está falando e, dessa sensação, parte a vontade de continuar escutando ou não.

Depois disso, vem a sensação daquela pessoa estar realmente interessada em falar para você e com você. É pronunciar cada palavrinha, cada vogal, consoante, sílaba tônica, proparoxítona com vontade, preenchendo cada milímetro do interior da boca com ar quente, saliva, movimento de língua e contração labial. Nem mesmo as pausas, as gaguejadas e as falhas em encontrar uma palavra acabam sendo desperdiçadas. Ocorre que nada disso incomoda ou interrompe a linha de raciocínio do ouvinte, porque, instintivamente, ele sente que precisa prestar atenção em alguém ali que está de peito aberto, se entregando àquele momento de fala.

Infelizmente, como muitas coisas arraigadas na nossa vida, é necessário reconhecer que não será possível mudar esse jeito de falar do dia pra noite. No entanto, acho que posso dizer que dei o primeiro passo ao identificar o que considero ser um problema. Processos de mudança vão se arrastar sim e, provavelmente, por anos. Temo até que estranhem o jeito que comece a falar nos próximos episódios, haha! Mas é, o podcast poderá ser um bom termômetro para acompanhar esse progresso. Apesar dos pesares, torço para que os ouvintes continuem caminhando com a gente. 🙇

Pílulas aleatórias


▼ Tem umas coisas meio óbvias na vida que nunca entram na cabeça e, quando entram, isso acontece do nada, né? É a bola de basquete girando e girando pelo aro da cesta, a moeda girando e girando em volta do próprio eixo até, enfim, parar e cair. A questão hoje é: se me considero obstinada e persistente numas áreas, por que não aplico essas qualidades nas áreas em que estão em falta? Meodeos, menina. 🤦

▼ Bom, vou tirar umas coisas do papel. Mesmo que fique uma bost@. Mesmo que pareça feio de primeira. Eu tenho de começar de algum lugar, porque, antes da autocrítica, eu preciso do feedback pra, aí sim, aprimorar. Para ter feedback, precisa externar. Para externar, precisa fazer.

▼ Já pensou em ter um "sonhário"? É um diário de sonhos. Confesso que nunca pensei em ter um desses porque não costumava sonhar faz mais de anos, mas essa quarentena até que tem me permitido gozar de algumas noites sonhadoras, haha!

Compartilho uma delas: sonhei comigo assistindo a uma performance das Perfume, um trio japonês de eletro pop. Ocorre que o figurino estava curto demais e a calcinha da Acchan começou a aparecer durante a coreografia. Na conversa final com os apresentadores, apontaram esse fato e ela ficou ajeitando na hora, mas daquele jeitinho dela, né: rindo da própria desgraça.

... Como interpreto isso, né? Haha! Vamos lá: depois de uns dias, cogitei que as Perfume, para mim, são um símbolo de perfeição e a Acchan é a membro com a qual mais me identifico. Não a vi na perspectiva de primeira pessoa, contudo. Talvez eu esteja temendo incorrer em algum tipo de falha e idealizando rir das próprias cagadas. O que você acha? Estou aceitando sugestões, haha! 😂

E o governo?


(Respira fundo) ... Ontem, o Ministro da Saúde foi demitido no meio de uma pandemia. Por quê? Por fazer o seu trabalho, que, por coincidência, contraria toda e qualquer ordem direta do Chefe de Estado - com toda a razão.

Tá, tem todo um plano de fundo político, mas sinceramente, pra mim, não interessa. Estamos procurando estabilidade, segurança, confiança nas autoridades e suas instruções, na esperança de que talvez, quem sabe, por uma obra do acaso, eles pensem um pouquinho em preservar nossa integridade - infelizmente, não achamos nada disso há muito tempo.

O novo Ministro afirmou estar com posicionamento totalmente alinhado com o Chefe de Estado. Neste fim de semana, deve ocorrer o processo de transição da pasta. Eu só posso orar para que pese, no julgamento de suas ações daqui para frente, o possível escárnio às suas qualificações como profissional médico num momento após a pandemia, bem como as vidas das pessoas expostas ao risco, depois de relaxado o isolamento social. Não sei como o dito cujo vai priorizar esses fatores, mas, considerando a primeira fala, suspeito que seja nessa ordem mesmo.

Obs.: tenho evitado escrever nomes e cargos nessas notas apenas porque não sei como a brigada pandeminion está agindo fora das redes sociais, tá bom?

▼ ▼ ▼

É isso, gente! Mais um QuaranTalks fechando com o clima ó, lá no alto, haha! 😆

Torço sinceramente para que você esteja encontrando meios de estabilizar sua saúde mental. Meu conselho agora é procurar aceitar os sentimentos que estão pipocando neste período. Tudo isso é você. Sinta, se conheça. Escreva, verbalize, se expresse. Pode ser até feio, não tem problema. Vai ser bom.

Lave bem as mãos, tire os calçados fora de casa e espirre dentro dos cotovelos!
Querendo ouvir esta que vos escreve, é só conferir o novo episódio do podcast :D

17.4.20

QuaranTalks #003 - Voz tem máscara?

(Imagem: Bakery ASMR)

Hoe! Espero que esteja tudo bem com você. :)
Hoje é o ASMR Day, dia de espalhar a palavra e enaltecer esse fenômeno chamado ASMR! 💙

O nome completo é complicado (em inglês, Resposta Meridiana Sensorial Autônoma), mas a sensação nem tanto assim: é um tipo de formigamento suave, que começa da cabeça, vai pra espinha e pode se espalhar por outros membros do corpo, geralmente provocado por um "gatilho". Pode surgir quando alguém está cortando ou penteando nosso cabelo, quando ouvimos o som craquelado de páginas sendo viradas ou ainda quando prestamos atenção no tom de voz gentil da fala de alguém...

Os gatilhos para ASMR podem ser visuais, táteis e auditivos e o que é um estímulo para alguém pode não servir para outra pessoa. Por exemplo, Fulano gosta do som da madeira ao ser dedilhada suavemente; já Beltrano não suporta isso, mas sente ASMR ao ouvir o som da chuva. Quem é mais suscetível ao ASMR se sente mais calmo, confortável e relaxado a partir daquele formigamento. Procurando satisfazer essas preferências tão diversas, há pessoas que reproduzem esses estímulos em vídeos no YouTube; costumamos chamá-las de "artistas de ASMR".

No post de hoje, procurei reunir e apresentar as produções que mais gosto de alguns dos artistas de ASMR que acompanho. Fico na torcida para que você goste ou, se já gosta, encontre por aqui novos trabalhos para seguir! 😊

ALERTA: acho que este não é um post legal pra algumas pessoas que tenham misofonia, ou seja, que tenham reações adversas a certos ou muitos sons. Se for seu caso, eu sugiro que não se aventure pelos vídeos, pois pode ser uma experiência frustrante... Obrigada por ler até aqui e nos vemos em outro post! :)

"Let Me Take Good Care of You", de Latte ASMR



Latte é uma artista de ASMR sul-coreana que preza muito pela qualidade das suas produções de roleplay: a gente realmente consegue mergulhar na proposta de cada vídeo e acreditar que ela é uma colega de quarto, a enfermeira da escola ou a nossa mãe mesmo, haha!

Embora sua língua nativa seja a coreana, a maior parte dos vídeos recentes da Latte são em inglês. Ela se dedicou bastante com a pronúncia e pudemos acompanhar seu progresso em cada novo lançamento. Dito isso, acho que não tem com o que se preocupar, pois qualquer um de seus vídeos será uma ótima pedida para embalar o seu sono. 😴

  "Space Journey", de Ella ASMR



Ella é outra artista de ASMR sul-coreana e, diferente da Latte, todos os seus vídeos são produzidos em coreano. Contudo, o que são barreiras linguísticas quando se tem uma voz tão poderosa, não é mesmo? Fiquei encantada desde o primeiro vídeo que o YouTube recomendou, hehe! 😍

Em seus trabalhos mais recentes, Ella nos guia por situações com uma atmosfera futurista: desde viagens espaciais até tecnologias novas para massagens e outros tratamentos que continuam a relaxar a gente. Se você resistir às pálpebras pesadas do soninho gostoso chegando, dá para acompanhar as falas da Ella com a opção de legendas no player do YouTube.

"SCI FI Role Play", de Isabel Imagination ASMR



A Isabel é holandesa, mas a maior parte de seus vídeos são produzidos em inglês. Já acompanho seu trabalho há algum tempo e fico admirada com a sua criatividade, pois a maior parte de seus vídeos são roleplays e cada um é feito a partir de um tema diferente, muitos, inclusive, com direito a muito cosplay! 🤩

É difícil escolher apenas um vídeo que eu goste, então fui no caminho dos mais recentes! Tenho a impressão de que ela lançou este pouco antes da quarentena ficar mais intensa na Europa, então hoje pode haver pessoas que considerem um conteúdo meio insensível. Eu tenho tentado simular que ela está falando de qualquer outra doença, em prol de prestigiar essa ótima produção. Bom, é só pra avisar, caso você não consiga ignorar, beleza? :)

"Boyfriend Gives You an Ear Massage", de Rekken and Yu



Acho que Rekken e Yu são youtubers gamers, mas, em algum momento, começaram a corresponder alguns pedidos de seus seguidores para produzir conteúdos ASMR. A Yu tem uma voz muito fininha que não vai ao encontro dos meus gostos; em compensação, a voz do Rekken me agrada bastante.

Rekken tem essa série "Boyfriend" no canal, em que ele faz o papel de namorado e fala vários nadas em inglês, além de te paparicar um pouco como namorade. No final, prestigio mais pelo tom baixinho de falar - eu sou uma pessoa de gostos simples, gente, haha! 😂

▼ ▼ ▼

Ah, existem vários artistas de ASMR brasileiros também e dou todo o apoio para que seus trabalhos sejam valorizados! Infelizmente, eu não consigo curtir muito ASMR feito com a língua nativa, pois me forço a prestar mais atenção ao que está sendo dito, não conseguindo relaxar de fato... 😞

E é isso! Torço para que você tenha curtido e ficado mais curioser sobre ASMR!
Beijos de cotovelo e até a próxima!

9.4.20

ASMR Day, 2020


Hoe! Espero que esteja tudo bem com você :)

Voltar a escrever no blog está saindo do mundo das ideias para a realidade e estou feliz com isso! 🎉

Ah... Mas essa é a minha realidade, tá, gente? Se isso servir minimamente de inspiração para alguém também tirar algumas ideias do papel, joia; se você não está numa situação confortável para tanto, seja por qualquer motivo, por favor, não se sinta pressionado. Seu estado de espírito é sempre válido e tem de valer ainda mais neste momento em especial. 大丈夫だよTá tudo bem.

Como estamos?


Acho que alcançamos pouco mais de uma semana desde que o quadro de quarentena em Curitiba ficou mais rígido, com a ordem de fechamento de estabelecimentos que não realizam atividades essenciais.

Na segunda-feira, tive de sair para comprar verduras, legumes e frutas no sacolão perto de casa. Ir ao mercadinho seria a tarefa mais banal ever, mas agora requer um estratagema traçado cuidadosamente desde a noite anterior a que se pretende executá-la. Na bancada da cozinha, deixamos a postos álcool, panos de limpeza e toalha de papel. Tiramos os sapatos lá fora e deixamos num capacho, perto da porta de entrada. Escolhemos as roupas a dedo - peças que possam ser lavadas fácil, com bolsos para luvas e álcool gel, além de mangas compridas. Nada de brincos nem maquiagem; difícil sair com essa cara de tacho que deos te deu, né, minha filha?

Sete e pouquinho da manhã. Decidimos ir ao sacolão pouco depois de abrirem, pensando que, assim, reduziríamos as chances de uma galera ter tocado naquelas hortaliças antes da gente. Chegando lá, dividimos para conquistar: cada uma (minha mãe e eu) ficou responsável por pegar certos itens e nos reuniríamos só na hora de passar no caixa.

Pausa nas táticas de guerra pra um insight: nessa nuesta quarentena, eu só tenho verbalizado as conversas com a minha mãe. Isso faz uns... Doze dias? Por isso, foi tão estranho, quanto mágico o momento em que recebi os "bom dia!" nas vozes diversas dos funcionários. Me atrevo a dizer que foi até revigorante ouvir suas brincadeiras entre si, enquanto escolhia ora batatas, ora tomates...

Voltando à minha Tropa de Elite sem Lei Ruanet, pudemos ver como os preços ficaram alterados. Se estávamos acostumadas a levar o quilo de cenoura por R$0,98 e de abobrinha por R$1,98, o preço mais baixo que vimos nessa saída foi R$2,30. À primeira vista, não parece uma porrada tão grande, mas troca isso por porcentagem e você verá um aumento de 134%. Cacildys.

Pois bem. No final, o passo mais complicado mesmo foi higienizar todas as compras antes de acomodá-las na geladeira. Nah... Pensando melhor, talvez as sacolas tenham sido o mais chato, haha! Depois disso estar finalmente resolvido, ainda tínhamos de limpar chão, bancada e... Nós mesmas. Striptease time at kitchen e depois chuveiro, babe! 💁 Complicadíssimo.

Que fique de lição para aproveitar muito bem o que foi comprado, porque não queremos repetir tão cedo a experiência - embora seja inevitável, né, porque, apesar desses esforços todos, não fizemos estoque. E não façam estoque também, hein?

▼ ▼ ▼

Nesse mesmo dia, confesso que passei um pouco de raiva ao final da tarde. Não sei se as pessoas foram acometidas por um comichão irresistível, depois de uma semana enfurnadas em casa, ou é consequência da confusão de discursos saindo do governo federal - somado à ideia de que Curitiba é um antro de pandeminion... 🙃

Fato é que uma galera simplesmente resolveu sair por aí pra caminhar, correr, encontrar amiguxos, passear - na companhia ou não de criança e/ou cachorro... Conforme essas pessoas surgiam naquele teco de rua que consigo ver da minha janela, crescia um outro tipo de comichão dentro de mim. Acho que me apropriarei dessa entidade que começou a brotar na quarentena espanhola, chamada la policía de balcón; gostaria de gritar, a plenos pulmões, palavras de cordialidade e carinho a esses andarilhos. Seria algo mais ou menos assim:

FI-CA NA POR-RA DA SUA CA-SA, CA-RA-LHO! 🤬
(E o Brasil me obriga a cancelar o compromisso de não falar mais palavrão)

Atualização da quinta-feira: minha mãe relata que, pela manhã, da janela, testemunhou uma situação em que um senhor idoso abordou um rapaz jovem que caminhava pela rua, mandando o dito cujo voltar para casa, tudo de uma forma bem "cordial" (deixo a cargo da sua imaginação, haha). O rapaz encerrou a discussão à moda "pomba enxadrista", mandando o velho se tratar. La policía de balcón já chegou e eu sou time idoso cordial total.

Pílulas aleatórias


▼ Estou conseguindo acompanhar cursos que não têm a ver com concursos ou Direito, uhul! Na verdade, são cursos que já tinha interesse em fazer há algum tempo, mas estava sempre deixando para depois, porque sempre havia algo mais urgente pra vencer. Já fiz um de storytelling e outro de escrita criativa; o próximo que pretendo ver é sobre conteúdo para redes sociais.
Fica a dica aí para quem quer aproveitar, porque, em função da quarentena, tem algumas instituições oferecendo grandes descontos e até mesmo gratuidade na inscrição para seus cursos online 🤩

▼ Tenho observado que, nesta quarentena, estou ouvindo mais músicas de animes e tokusatsu que marcaram a minha infância e adolescência. É música de Winspector, de Ultraman, de Digimon, de Samurai X, de Yu-Gi-Oh... Um repertório que há tempos não escutava, mas certamente remonta momentos bons e felizes desses períodos.
Isso me faz pensar que, embora eu pareça estar equilibrada, talvez não esteja assim de verdade aqui dentro e, por essa razão, tenha recorrido a materiais que representam refúgio, porto seguro e conforto, ainda que inconscientemente. Alguém mais tem se flagrado fazendo algo assim? 🤔

▼ No primeiro QuaranTalks, eu falei que estava pensando em fazer um post com vídeos de ASMR que tenho assistido. Percebi que o ASMR Day está chegando, então esse post ficará para o dia 9 de abril, tá bom?

E o governo?


Hoje, foi sancionado o projeto de lei que prevê um auxílio no valor de R$600,00 mensais direcionado, em geral, a trabalhadores informais pelo prazo inicial de três meses. Com esta medida, pretende-se reduzir os impactos da pandemia do novo coronavirus na economia do país; a lei será oficialmente publicada no Diário Oficial da União de amanhã.

Parece que o redirecionamento dos ânimos sinalizado pelo pronunciamento de tom mais brando de ontem continuou nesta quarta. Na terça-feira, houve um discurso cujo texto claramente não foi da autoria do Chefe de Estado, mas o tom de soberba debochada ficou no escanteio, deixando de tratar o coronavirus como "mera gripezinha" para entendê-lo como um desafio sério, uma verdadeira crise.

Infelizmente, ainda houve resquícios dos seus credos sobre o isolamento social total ser exagerado e até uma tentativa grotesca de insinuar que o diretor-geral da OMS - a quem sempre dedicou críticas - concordava com essa ideia. Enquanto isso, o Sr. Tedros se viu obrigado a desperdiçar seu precioso tempo, escrevendo dois tweets para "esclarecer" o sentido já muito óbvio de seu discurso, uma vez que suas palavras estavam sendo utilizadas fora de contexto para fomentar exatamente o contrário do que tem se esforçado em orientar todos os dias, nas últimas semanas: se puder, fique em casa.

▼ ▼ ▼

E é isso por hoje! Estou me programando para esta série de posts chegar por aqui às quartas - no mais tardar, às quintas-feiras. 😉

Lave as mãos, limpe seu celular e procure falar com seus entes queridos!
Querendo ouvir esta que vos escreve, logo terá novo episódio no podcast :D

1.4.20

QuaranTalks #002 - Estratégia

@subindonolustre no Instagram

© Subindo no Lustre. Design by Fearne.